O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que
os problemas identificados na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, são
questões “localizadas” e “pontuais” de desvio de conduta de servidores.
Blairo Maggi defendeu o sistema e controle de qualidade da
carne brasileira e disse que com o episódio a imagem do país ficou “arranhada”
e “abalada”, impactando nas vendas para o mercado externo. De acordo com o
ministro, a média diária de exportação brasileira de carnes é de US$ 63 milhões
e ontem (21) ficou em US$ 74 mil.
“Estamos falando de números estratosféricos. Não sabemos o
tamanho da pancada que vamos levar ainda”, disse.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, acompanha
fiscalização de produtos de carne em supermercado em BrasíliaJosé Cruz/Agência
Brasil
A grosso modo, o Brasil terá uma oscilação de mercado de
aproximadamente 10% "num volume de US$ 15 bilhões que exportamos por ano
nessas carnes. Vamos ver aí US$ 1bilhão, US$ 1,5 bilhão de prejuízo por
ano".
O ministro participa nesta tarde de audiência pública
conjunta das comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e de Assuntos
Econômicos (CAE) do Senado. Aos senadores, o ministro disse que os problemas
identificados na operação não são predominantemente de qualidade da carne, mas
sim problemas relacionados à corrupção e desvios de conduta.
“Quero defender o sistema brasileiro de controle, o sistema
que atesta esses produtos. Não tenho dúvida nenhuma em afirmar que esse
problema que aconteceu é localizado, pontual, um problema de desvio de conduta dos
servidores”, disse.
Blairo Maggi disse que foi pego de surpresa com a forma que
a operação da Polícia Federal foi divulgada e que a narrativa feita trouxe
problemas à credibilidade da carne brasileira no mercado internacional.
“Em nenhum momento questionamos a ação da Polícia Federal de
investigar os fatos que foram a ela denunciados. Quero deixar claro que não
podemos fazer a defesa daqueles que fizeram coisa errada, mas, da forma como
ela foi conduzida e apresentada à população brasileira é que digo que fomos
pegos de surpresa. Anos e anos trabalhando para chegar a uma credibilidade
nacional e mundial e a narrativa que foi feita nos trouxe esse problema”,
disse.
Por mais de uma vez, o ministro ressaltou que não é contra
as investigações da PF. “Não somos contra a investigação da Polícia Federal. As
investigações não vão parar por que achamos que foi comunicada de forma
errada”, disse.
Edição: Carolina Pimentel
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