Em termos nacionais, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
apurou que 16.131 candidatos terminaram a eleição municipal deste ano sem ter
recebido nem sequer um voto. O levantamento revelou que o número de mulheres
nessa situação é muito superior ao de homens: 14.417 candidatas contra 1.714
candidatos na mesma situação –quase nove mulheres para cada homem. De acordo
com o ministro Henrique Neves, que coordenou a apuração junto ao tribunal, o
número elevado de mulheres sem votos pode ser atribuído às chamadas
“candidaturas laranjas”, usadas apenas para preencher a cota obrigatória de
participação feminina. “A quantidade de candidatas que não receberam nenhum
voto é preocupante e deve ser analisada de acordo com cada situação. Para que
possamos chegar ao equilíbrio na representação por gênero, é necessário que
seja assegurado que as mulheres possam disputar as eleições com efetiva
igualdade”, advertiu o ministro. O TSE recomendou que o Ministério Público
Eleitoral de cada Estado investigasse essas No Rio Grande do Sul, o MPE
recomendou que seja instaurado um Procedimento Preparatório Eleitoral para
apurar a veracidade dessas candidaturas. No procedimento, podem conferir os
documentos de registro de candidatura e apurar se o candidato compareceu às
urnas ou se estava fora do local de eleição no dia do pleito. Também devem
verificar a regularidade dos gastos de campanha, pois é comum, segundo a
promotoria, “a inexistência ou insignificância de gastos” nas candidaturas
fictícias.
Além das sete candidatas “zeradas” pelo TSE em Alvorada,
filiadas a vários partidos, pelo menos outras quatro candidatas do PSD
desistiram da eleição antes de outubro, o que obrigou a legenda a
desclassificar 12 homens para manter a proporcionalidade entre gêneros. “O
tribunal pegou muito pesado com isso. Todas as nossas candidatas fizeram
campanha, não houve irregularidades”, afirma a presidente municipal do PSD,
Jussara Mendes. No final das contas, a sigla não elegeu nenhum vereador na
cidade.
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