Infelizmente a fiscalização não dão conta de conter as ações de vândalos que vem praticando depredações
e pinchações nos órgãos públicos na
cidade de Aracatu, é tão absurdo que nem a imagem de um dos personagens
importantísimo na história da religião foi poupada dessa vez. Aproveitando a
ausência de “guardiões” os maus feitores
usaram tintas vermelhas e pintaram a face da estátua do padre Ladislau
Klener em total desrespeito e amor a Deus.
O padre Ladislau Klener deixou a Europs para dedicar sua
vida em defesa dos mais pobres e excluídos
do nordeste brasileiro, além de outras cidades da região, o religioso também fez muito pela comunidade
aracatuense, aqui ele deixou sua história de amor e fé, uma praça em seu nome e
sua estátua que ao invéz de ser cuidada com todo respeito está sendo bajulada por
pessoas inescrupulosas.
Um pouco da história do Pe. Ladislau Klener
Por Anderson Ferreira
Formado em jornalismo pela UESB
“Nasci no dia da aparição de Nossa Senhora de Fátima”, assim
respondia Pe. Ladislau Klener quando interrogado sobre a data de seu
nascimento, 13 de outubro de 1927. Subotica, na Hungria, era a sua terra natal.
Ordenou-se sacerdote no ano de 1951, em Viena, Itália. Nasceu no seio de uma
família religiosa. Além de Ladislau, seus pais, José Klener e Rosa Somogyi,
tiveram mais três filhos: Américo, Irma e José.
Depois dos primeiros trabalhos como padre na Europa, Pe.
Ladislau veio para o Brasil, em 1972, à procura de um serviço que o absorvesse
totalmente.
Aqui, naturalizou-se brasileiro. Seu sonho era trabalhar
inteiramente pelos pobres. Por essa razão, após curta estadia na capital
paulista, veio para o sertão da Bahia, onde exerceu suas atividades sacerdotais
nos municípios de Tremedal, Piripá, Cordeiros, Aracatu, Presidente Jânio
Quadros, Maetinga, Caraíbas e, por último, Malhada de Pedras. A Diocese de
Caetité foi à escolhida por ele devido à necessidade de padres nessa região.
Uma das características de Pe. Ladislau era construir casas
tanto nas paróquias por onde passava como para os pobres que necessitassem de
uma moradia mais digna. Assim que chegou à Malhada de Pedras, demorou poucos
meses para que ele viabilizasse as construções de uma casa paroquial e de uma
casa para religiosas, assim como a construção de uma nova igreja matriz, pois a
que existia era pequena e já estava com a estrutura deteriorada. Além disso,
fez um levantamento de quantas famílias precisavam de doações e de uma casa
mais digna para morar.
Outra bandeira de Pe. Ladislau foi a luta por congregações
de religiosas nas paróquias por onde passou. Para ele, a presença das irmãs
criava um clima de segurança e paz para a população. Em Malhada de Pedras, para
conseguir as Irmãs Beneditinas Missionárias de Tutizing, onde atuam desde 1990,
o padre viajou até Recife para solicitar a assistência das religiosas a
paróquia. Para tanto, preparou a casa e os paroquianos para receberem as irmãs
com carinho e festejos.
O amor pelos pobres e doentes.
Uma das prioridades de Pe. Ladislau eram os pobres. Quando
se tratava de ajudá-los, nenhuma dificuldade o detinha. Escrevia cartas para
parentes e benfeitores, para empresas, entidades e autoridades, quer do Brasil
ou do estrangeiro, pedindo e agradecendo sempre. Tinha o costume de sair com
sacolas, ao lado dos coroinhas, pedindo nas feiras e no comércio. Distribuiu
centenas de filtros, pois queria que todos bebessem água limpa. Comprava e
estocava carregamentos de arroz, feijão, óleo, açúcar e outros mantimentos para
distribuir nas épocas de maior carestia. Recebia também enormes fardos de
roupas para doação.
Homem das letras
Pe. Ladislau era um homem culto e viajado. Falava sete
idiomas e tinha dois doutorados. O primeiro, em História da Igreja pela
Faculdade de Teologia da Universidade Católica de Viena e, o segundo, em
Direito Canônico pela Universidade Pontifícia Lateranense, de Roma. As duas
teses defendidas nos dois doutorados são guardadas como relíquia pela família,
mas ele nunca contou isso a ninguém, nem mesmo aos mais chegados.
O dia da despedida
Pe. Ladislau veio a falecer, aos 66 anos, no dia 27 de
novembro de 1993, às sete horas da manhã, num sábado, dia de Nossa Senhora da
Medalha Milagrosa, de quem era devoto. Nas últimas horas de vida do padre,
muitas pessoas estiveram com ele em sua casa. A auxiliar de enfermagem Edith
Moreira Oliveira, conhecida como “Nicota”, foi quem cuidou de Pe. Ladislau, ao
lado de alguns voluntários, depois que ele voltou da Áustria. “Para mim foi uma
honra cuidar do padre e cuidei até o dia em que Deus quis”. Nicota fala dos
últimos momentos de vida do sacerdote. “Quando eu vi o padre naquela agonia
percebi que ele estava partindo. Então, eu corri e chamei Pe. Clóvis”. O padre
era amigo de Pe. Ladislau. Foi ele que, alguns anos depois da morte do amigo,
publicou um livro com a biografia do sacerdote, cujo título é “Pe. Ladislau,
uma vida inteira pelos pobres”.
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