Aline Leal - Repórter da Agência Brasil
Diante do surto de febre amarela, o Ministério da Saúde
decidiu reforçar a distribuição da vacina contra a doença em 11,5 milhões de
doses. Este ano, 5,5 milhões de vacinas já foram repassadas aos estados. Em
anos em que não houve surto, foram distribuídas entre 800 mil e 1 milhão de
doses do imunizante em todo o país, segundo a coordenadora do Programa Nacional
de Imunizações, Carla Domingues.
Com 70 casos confirmados da doença, o número de infectados
pela febre amarela no Brasil em 2017 já ultrapassou em menos de um mês os casos
registrados na última grande ocorrência da doença no país, entre 2007 e 2008,
quando 48 pessoas foram contaminadas pelo vírus.
Em 2007, a doença se alastrou por nove estados, incluindo os
da Região Sul. Este ano, até agora, o surto está concentrado em Minas Gerais,
com casos registrados também na Bahia, São Paulo e Espírito Santo.
Das 11,5 milhões de doses adicionais da vacina, 6 milhões
serão entregues nos próximos dias e 5,5 milhões serão distribuídos conforme a
necessidade dos estados. Minas Gerais, que concentra o maior número de casos e
de mortes pela doença até agora, recebeu pelo menos 2,9 milhões de doses. A
estratégia do governo federal é bloquear o avanço da doença vacinando a
população das regiões vizinhas a Minas.
Brasília - O diretor do Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis, Eduardo Hage, divulga dados atualizados da situação da
febre amarela nas regiões afetadas pela doença (Marcello Casal Jr/Agência
Brasil)
O diretor do Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis, Eduardo Hage, divulga dados atualizados da situação da febre
amarela nas regiões afetadas pela doença Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Em entrevista coletiva hoje (25) no Ministério da Saúde,
representantes das secretarias de Saúde de estados onde há casos suspeitos ou
houve mortes de macacos pela doença pediram que a população seja criteriosa
antes de procurar a vacina. Segundo eles, está havendo uma busca pela vacina em
regiões onde não é necessária a imunização.
A procura aumentou, por exemplo, em grandes cidades do Rio
de Janeiro e do Espírito Santo, apesar de os casos estarem concentrados nas
zonas rurais.
“Embora a vacina seja segura, e eficaz, que protege contra o
vírus, não é toda isenta de riscos, como todo medicamento. Esta é uma vacina de
vírus vivo atenuado e portanto em situações muito raras pode vir a causar
eventos adversos”, alertou o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças
Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.
O Espírito Santo, que não estava incluído na área de
recomendação da vacina, passou a ter 37 municípios com indicação para a
imunização depois de registrar 22 casos suspeitos de febre amarela. O Rio de
Janeiro não registrou casos de febre amarela em 2017, mas, por fazer divisa com
Minas Gerais, passou a ter 14 municípios na área de recomendação da vacina.
Minas, ao lado de mais 18 estados brasileiros, está
rotineiramente na lista de áreas onde a população deve se imunizar,
independentemente de surtos. No estado foram registrados 404 casos de febre
amarela em 2017, entre eles 66 mortes.
“O estado está auxiliando os municípios na programação da
vacinação e enfatizando a necessidade de vacinação de casa em casa,
principalmente nas zonas rurais”, disse a subsecretária de Gestão Regional da
Secretaria de Saúde de Minas, Márcia Faria. Segundo ela, a cobertura vacinal do
estado é historicamente baixa, o que pode explicar o surto na região.
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