A grave crise na segurança pública no Espírito Santo
desencadeada pela paralisação dos policiais militares chega hoje (10) ao sétimo
dia sem solução até o momento. O secretário de Segurança Pública, André Garcia,
e o comandante geral da Polícia Militar, coronel Nylton Rodrigues, acompanhados
de toda a cúpula da segurança pública, vão anunciar esta manhã as ações que
serão tomadas após o resultado da reunião de negociação com o movimento
grevista da Polícia Militar.
A reunião entre os secretários do governo do Espírito Santo
e representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais
militares terminou sem acordo no início da madrugada desta quarta-feira após
dez horas de negociação.
Desde segunda-feira (6), o patrulhamento tem sido feito
pelas Forças Armadas e pela Força Nacional. O Ministério da Defesa anunciou
ontem (9) o reforço na segurança em todo o estado. O comandante da força-tarefa
da Operação Capixaba, general Adilson Katibe, disse que, até o fim de semana, o
número total de militares deve chegar a 3 mil homens. A força-tarefa conta
atualmente com 1.783 homens, sendo 1 mil do Exército, 373 da Marinha, 110 da
Força Aérea e 300 da Força Nacional.
Segundo o ministério, as tropas das Forças Armadas estão
vindo do Rio de Janeiro, de Juiz de Fora (MG), Brasília, Taubaté (SP),
além de militares do próprio estado do Espírito Santo. Estão sendo empregados
na operação três blindados da Marinha, e devem chegar mais quatro dentro das
próximas horas. No total, 106 viaturas, além de helicópteros, são empregados
pelas forças federais.
Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo,
foram registrados 121 homicídios no estado desde sábado (4) até a manhã de
hoje, a maior parte na região metropolitana de Vitória. A Secretaria de
Segurança Pública não divulgou um balanço das ocorrências.
Umas das consequências da falta de patrulhamento dos
policiais nas ruas é a suspensão da vacinação da febre amarela nas unidades de
saúde na Grande Vitória. O estado é um dos que têm registrado casos da doença.
Com 114 notificações de suspeitas da doença, o Espírito Santo tem 20 casos
confirmados de febre amarela e continua investigando 89. Seis pessoas morreram
pela doença nos municípios de Ibatiba, Irupi, Itarana e Pancas.
Os ônibus não voltaram a circular hoje na Grande Vitória.
Eles chegaram a circular na manhã de ontem, mas pararam após a morte do
presidente do Sindicato dos Rodoviários de Guarapari, Wallace Barão. Ele foi
encontrado morto a tiros dentro de um carro na manhã dessa quinta-feira, em
Vila Velha.
Escolas, unidades de saúde, agências bancárias, repartições
públicas e a maior parte das lojas estão fechadas desde segunda-feira na grande
Vitória.
Edição: Valéria Aguiar
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